Em homenagem à minha mãe, nos anos 60 eu fiz o poema que estou editando nesta oportunidade. Não é inédito mas minha mãe tambem não era e até hoje, mesmo jã não estando deste lado, continua sendo minha mãe. Então, bença mãe, bença mães...
Deste mundo o que seria ?
Mãe que é mãe,
é a mãe que a gente tem.
Sorriso nos lábios,
olhar de ternura,
fortuna maior do rico e do pobre.
Se contássemos fio por fio
de seus cabelos,
veríamos o branco do cansaço
causado por nossas travessuras.
E ouviríamos, ainda,
os pitos e avisos
"menino, venha p'ra cá..."
"não faça isso moleque..."
"Olha que te dou uma surra..."
Ah mamãe.....
por mais que você ralhasse
por mais que você gritasse
e quisesse parecer brava,
eu te juro, nunca vi
nunca mesmo consegui;
ver raiva ou ódio em tua face.
Via somente mãezinha,
amor, bondade, harmonia,
sonhos de doce poesia
disfarçados em caretas.
Careta p'ra quando eu
chegava em casa rasgado,
careta p'ra quando sujo,
eu chegava bem cansado.
E aí, mamãe você dizia :
"Toma jeito ou apanhas,
te dou uma surra moleque
que nunca mais te assanhas..."
E você batia...
e eu... eu chorava,
chorava de dor doída.
mas ao ver que você
também chorava mamãe,
eu calava e...sorria
só p'ra não te ver sofrer
de remorso, de agonia.
As vezes fico pensando,
se neste mundo não houvesse
alguém que nos amasse,
alguém que por nós olhasse,
alguém que nos ensinasse,
alguém que nos acalentasse,
batesse, ralhasse, brincasse,
ouvisse, beijasse....
Se a mãe da gente não fosse
como a Santa Virgem Maria...
e então pergunto, senhores
Deste mundo o que seria ?
Este mundo existiria ?