24.1.09

PAUSA PARA UM DESAFIO Recebi este desafio do meu amigaço ZECA. As regras são: 1 - Agarrar o livro mais próximo; 2 - Abrir na pagina 161; 3 - Procurar a 5ª. frase completa; 4 - Colocar a frase no blog; 5 - Repassar para cinco pessoas e avisa-las. O livro é O ESPIÃO INDUSTRIAL de Jacques Bergier – Editora Nosso Tempo e a frase é: “As pessoas tinham pena de mim, pensando que voltara louco dos campos de concentração” Repasso para as seguintes: Soninha Crys Dácio Ana Lucia Ceci CRIANÇAS, MÃOS À OBRA!

20.1.09

IMORTALIDADE Ser imortal é um desejo inerente de todo animal racional, ou pelo menos, aparentemente racional. Eu, também, me incluo neste rol. Poder viver sem a foice da morte sobre minha cabeça foi sempre um sonho, embora minha consciência me dissesse ser, simplesmente, mais um sonho impossível. Hoje, num momento de racionalidade, me achei novamente pensando sobre o tema. Lembrei-me que desde tenra idade comecei a escrever para, através de escritos de minha lavra, me tornar “imortal” como tantos autores nacionais e estrangeiros que já conhecia. Essa tentativa se alongou por todos os meus anos de vida e, até hoje, a imortalidade não vingou. Outra tentativa de obter a imortalidade foi através do amor. Pratiquei o amor também, quando mais moço, de formas abrasadoras, constantes e múltiplas e nada. Depois, mais tranqüilo, tentei um relacionamento estável, me apaixonei de verdade, pela primeira vez. Essa paixão me levou ao casamento e eu pensei que estava na estrada certa para a tão buscada imortalidade. Abri mão de todos os prazeres mundanos, ou melhor, quase todos, apenas uns poucos restaram na tentativa de temperar melhor os dias da minha existência e, mesmo assim a imortalidade não se apresentou. Busquei a imortalização através das artes, trabalhei em Rádios, TVs, Circos, Teatro e, quase consegui morrer de fome e matar minha família junto, mas a imortalidade nem passou perto. Plantei uma, ou melhor, várias arvores e, continuei, assim mesmo, um reles mortal. Dediquei-me, de corpo e alma, na carreira profissional. Coloquei de lado até meu convívio familiar na tentativa de alcança mais rapidamente o sucesso e, lógico, a imortalidade. Tudo em vão. Sucesso profissional consegui, no auge da carreira, tentei perpetuar minha imortalidade, criando um prolongamento profissional e ao contrario do pretendido, vi chegarem cada vez mais, as cobranças para provar que meus credores não estavam preocupados com minha imortalidade e sim com o recebimento dos seus créditos. Para meu consolo, avocava a possibilidade de meus descendentes diretos propagassem meu ramo familiar, imortalizando o nome que eu sustentava, .tão carinhosamente, e que estava se propagando através de anos desde a velha e distante Síria. Infelizmente, tal possibilidade foi se distanciando cada vez mais. Da minha união nasceram 4 filhos, 3 mulheres e 1 mancebo. As filhas, casaram e assumiram um novo ramo familiar. O mancebo, estou desacreditando, cada vez mais, que venha um neto varão., De casamento ele quer distancia. O que dirá de filhos? Assim, a família Chammas vai se extinguir, possivelmente, nesta geração, pois do me irmão o único filho homem já está casado, é pai de uma menina e fechou a produtora. Efetivamente, a imortalidade da família é coisa relegada ao esquecimento. Não tem chances de acontecer.. Continuo meu exercício de raciocínio e, pronto, eis que encontro a solução, ou melhor, eis que percebo que o problema já estava resolvido. O filho do “seu” Alfredo e da dona Tereza, já não mais precisava se preocupar. Tanto fizera que ganhara a imortalidade. Por nada mais ter de bens materiais, por nada mais restar do saldo bancário, por não ter mais onde se esconder dos credores, enfim, POR NÃO TER ONDE CAIR MORTO, EU ME TORNEI UM IMORTAL.... Assunto encerrado!

16.1.09

RESTABELECENDO A VERDADE

No meu post anterior reeditei um rabisco e, no preâmbulo, comentei que ele havia sido feito e dedicado a uma antiga blogueira do Super Diário (SD). Solicitei, ainda, a confirmação da afirmativa para a Loba que, já naquela época era líder da matilha. Eis que. Nos comentários daquele post a Loba, além de confirmar o fato, levantou contra este Lobo Praiano uma incomensurável infâmia. Afirmou, com todas as letras, que eu nunca, jamais, em tempo algum, havia lhe rendido qualquer homenagem, fosse ela em verso ou prosa. Lobinha, o rabisco abaixo foi criado nos idos 2004/5 e editado naquela oportunidade. É de minha lavra e homenageia uma mulher que desde então aprendi a amar e respeitar. Assim, acredito estar reavivando sua memória e restabelecendo uma verdade insofismável. LOBA OU MULHER?
Loba ou mulher?
Mulher ou Loba?
Loba mulher
que uiva, que grita,
que envolve, e palpita,
que morde, que lambe,
que abraça e estraçalha,
que teme e ousa,
que range os dentes,
que roça o amante
quando no desvario
do animal no cio.
Loba ou mulher?
Mulher ou Loba?
Mulher loba,
que inflama e ama
as crias do ventre saídas,
que amamenta as crias
mesmo não sendo,
por ela paridas.
Que esbanja amor, carinho,
ternura, afeição,
Fúria, prazer,
Desvario, tesão.
Loba ou mulher?
Mulher ou loba?
São duas em uma
ou uma só que duas vale?
Difícil dizer
não hei de opinar
nem mesmo afirmar.
Somente direi
que loba ou mulher
tão somente sei,
que amei em te amar.

13.1.09

Revirando meus arquivos encontrei um rabisco que fiz há muitos anos atrás e ofereci para uma blogueira do SD (Super Diário) que tinha o nick MENINA DE RUA. Loba, você se lembra? Reli o rabisco e rdesolvi reeditá-lo aqui:
UMA BALADA Menina sapeca garota moleca. Na terra na água na rua na lua no sol escaldante da tarde fagueira. Nas noites de junho pulando fogueira. Menina sapeca cresceu virou gente. estudou aprendeu e o mundo correu.
Viveu sofreu, sorriu gargalhou chorou soluçou. A tristeza Enfrentou. E na outra manhã foi pra rua escrever e escrevendo ficou descrevendo o amor a dor a paixão, e as coisas do coração.

6.1.09

MEMORIAS DE UM ADEUS Durante os anos 80. quando eu morava na Rua das Perobas, Jabaquara, por conta de agradar minha filha Renata, aceitei receber para o convívio com nossa família uma linda cadela, pertencente aa nobre linhagem da raça “vira-latas”. Ela chegou em nossa casa logo depois da desmama. Era uma cadela bonita, de pelagem totalmente amarela. Por causa de suas orelhas sempre aguçadas e de seus olhos, em formal reunião familiar, concluímos por batizá-la pelo lindo nome de XERETA. Devidamente batizada, a cã passou a gozar de todos as prerrogativas VIPs da casa., logo se transformou numa ótima companhia para as crianças e numa brava guardiã dos nossos domínios. Quando nossa família mudou-se para a Vila Santa Catarina, foi ocupar uma casa na Rua Contos Gauchescos. O imóvel era excelente, tinha apenas a desvantagem de não ter um quintal tão grande como o quintal que havia na casa da Rua das perobas. Mesmo assim, a Xereta teve seu espaço definido e continuo a viver entre nós sua existência pacifica e carinhosa. Nossa permanecia nessa casa aconteceu até o início dos anos 90 quando, fomos instados a desocupar o imóvel, a pedido do proprietário, para que seu filho viesse mo0rar na Capital. Fomos, então, montar residência na Vila Mariana. Num belo apartamento situado à rua Gaspar Lourenço. Imóvel, como os anteriores, bastante amplo, apenas um detalhe para não ser perfeito. Não tinha quintal. A área de serviço era grande, mas não tanto para abrigar uma velha cadela que crescera sem maiores preocupações de como e onde fazer suas necessidades fisiológicas. Eu juro, tentamos por alguns tempos mantê-la na área de serviço. Compramos os apetrechos necessários . o tal do “pipidog”, e todas as demais parafernálias que nos indicavam, na tentativa de ensinar a nossa cadela. Tudo em vão. Ela não mostrava nenhum progresso com relação à sua reeducação. Nessa altura dos acontecimentos, meus ouvidos passaram a também não agüentar os recamos da “dona da pensão”. A ladainha era a mesma todos os dias: “Não agüento mais”, “essa área esta mais fedida do que esgoto de favela” “eu não nasci para ficar limpando sujeira de cachorro”, etc etc e tal... Eu já não tinha mais sossego. Em nova reunião familiar, agora com menos participantes, já que as filhas Renata e Roberta, devidamente casadas, não mais faziam parte do núcleo residente, foi deliberado que a Xereta deveria deixar o nosso convívio. Teríamos de buscar um local em que ela fosse aceita e pudesse terminar seus dias de maneira digna. Procurei e depois de várias indicações, achei um canil lá pros lados de Rudge Ramos onde a proprietária, uma médica veterinária, recebia cães e gatos. Uma espécie de orfanato e asilo. Conversei com a proprietária, expus o problema e ela me garantiu aceitar a Xereta, antecipando, inclusive, de que não iria doá-la para ninguém, que a reteria até o final de seus dias no próprio canil, r que eu ou qualquer membro de minha família teríamos garantido o acesso a visitas sempre que quiséssemos. Pronto, procura terminada, bastava, então, levar nossa Xereta até o local. Não tive escolha, eu fui a pessoa nomeada para essa missão. No dia aprazado, fui buscar a velhinha e coloquei nela a coleira. Eu estava sozinho, ninguém mais da família se predispôs a assistir a saída, todos se fecharam no meu quarto. Fixada a presilha da guia na coleira, a Xereta que sempre se antecipara aos meus passos e fazia questão de me puxar, recusava-se a se mexer, dando a entender que não queria sair pois sabia que não iria voltar. Fui obrigado a pegá-la no colo e levá-la até o carro. No trajeto, por diversas vezes, emitindo pequenos sons como se fosse gemidos, ela se aproximou e me lambeu a face e as mãos. Chegando ao local, tive de forçá-la a descer do carro. Aguardamos numa pequena fila nossa vez de ser atendidos. Uma única vez, encarei a cadela e tive a nítida impressão de ver uma lágrima rolar pelo seu focinho. Virei a cabeça e evitei um novo confronto. Então a médica nos chamou, fez a ficha de admissão, coletou minha assinatura e o cheque de doação que eu havia prometido, me agradeceu e levou a Xereta para o interior do canil. Lógico exercendo um pouco mais de força para arrastá-la pela guia da coleira. Eu, me sentindo cada vez pior, tratei de sair imediatamente, sem olhar para trás. Entrei no carro, dei um forte e prolongado suspiro, liguei a ignição e sai. Foi esta uma das mais tristes despedidas que fui obrigado a dar em toda a minha vida.