CONFISSÃO
A quem interessar possa na leitura deste documento, declaro que nesta data, no retorno de uma viagem de negócios, adentrando meu lar, fui atacado e revidando ao ataque terminei por assassinar, com todos os requintes de maldade, aquela que, de maneira pecaminosa e ardilosa, surrupiou a minha paciência, a minha liberdade e, por que não dizer, a minha sensibilidade.
Para ser mais explicito e não me permitir negar, no futuro, os termos da presente declaração.
Na verdade eu já estava farto dos ataques que ela me fazia, no início o sofrimento parecia supérfluo e que passaria a qualquer momento, mas, a cada dia o sofrimento aumentava, a dor causticava o mais profundo de minh’alma.
Meus olhos, cada vez marejavam com as lágrimas que depois escorriam por minhas faces, marcando-as com riscos úmidos tal qual um rio correndo para o mar.
Já não havia em mim mais espaço para alegrias ou qualquer outro nobre sentimento.
Somente o ódio conseguia brotar do fundo das minhas entranhas, ódio alimentado por sofrimentos e decepções.
Foi então que ontem à noite, voltando de minha viagem, um tanto cansado buscando asilo no meu recanto pessoal, longe das agruras do dia a dia, na esperança de que ela havia desistido e me abandonara à minha própria sorte, quase sentia um prazer ha muito esquecido no meio de tanto sofrimento.
Ela entrou sorrateiramente, não sei de onde e me atacou com toda a sua força, mostrando de forma cabal que voltara, e como voltara forte.
Aí não tive mais duvidas, ou eu a matava de vez, ou ela me mataria do seu jeito, devagarzinho e sempre, com toda a maldade existente em suas entranhas.
Então, com o olhar frio e determinado, olhei para ela e a arranquei da minha existência usando toda a determinação que eu consegui extrair do âmago do meu ser.
Eu a matei realmente e juro que não estou arrependido ou sentindo qualquer sentimento de remorso.
De agora em diante, morta a SAUDADES, volto para a vida, vou tentar VIVER de novo.
Devo dizer: cuidado!!!!!
ResponderExcluirEis que sei...
e como sei...
que é a saudade dona de várias sobrevidas.
É fingida.
Engana. Diz que foi, e num golpe assustadoramente sorrateiro, volta.
A saudade renasce.
Revive. Reaparece.
Às vezes disfarça. Emociona.
Traz diabéticas lembranças. Faz-se amiga. E sem querer,
sem perceber, fere, rasga, maltrata.
E, noutro amanhecer, é lágrima que encanta a infinita bondade do coração.
Saudade é o tempero da vida.
Doce e salgada, envolve a alma, é a última luz antes da escuridão em vão. Saudade vai.
Saudade vem.
Saudade finca. É a marca do tempo intensamente vivido.
Beijãozinho.
Queria como vc acabar, matar essa dor lenta e que se espalha pelo meu ser, toda vez que deixo um sonho pra trás. Mas teimosamente, fico buscando ela nos cantinhos da minha vida, pra assim alimentar e amenizar o que faz voltas em mim me deixando tonta, me preenchendo de uma dor dormente, ou seja buscando o que perdi no passado.Bjos saudosistas
ResponderExcluirMiguelito.
ResponderExcluirNão é fácil "exterminar" a saudade, pois ela renova-se a cd instante c a força latente de nossas recordações q aprissionam não apenas o nosso qr, ms tds os involuntários "talvez".
Beijos Poéticos.
;**
Miguelito. O problema é que saudade tem sete vidas, como gato...Ela ressuscita, a danada! Quem sabe, se fizer um pacto com ela, ou deixá-la guardada num fundo de gaveta...ou num baú fechado a chave, não seja melhor?
ResponderExcluirE, quando ela fizer suas ameaças, aproveite e escreva....escreva...Fale mal dela, em palavras. Sai uma escritura linda, nessas horas!
Beijos.
Dora
Miguelito, jurava que vc ia dizer, no fim, que tinha matado a barata (sem duplo sentido, juro!) que vinha te apentelhando a vida...rs. Mas assim: matar uma saudade é bem mais fácil (teoricamente, claro) do que uma barata. Pra mim, é! rs. E fico feliz que vc tenha se livrado dessa saudade aí, pq, pelo jeito, ela tava realmente te matando, né? Mas ó: qdo for assim, me liga, bate tambor, faz sinal de fumaça, que eu apareço na hora pra matar tua saudade, visse? rs
ResponderExcluirBjo, querido!
Miguel,
ResponderExcluirconseguiu me enganar, velho amigo! Eu pensei que tivesse matado a fome, mas na verdade foi a fome de viver que te levou a mata a saudade.
Abração.