26.2.09

MEMORIAS DA MOCIDADE Época: 50/60 Locações: Centro Social Brasileiro – Praça da República Personagens Principais: Miguel – Irineu – Ildefonso – Extras e Figurantes ROTEIRO:
Naqueles idos, aos domingos, o pessoal do Colégio Comercial Frederico Ozanan, na época, Escola Técnica de Comércio Frederico Ozanan se reunia para dançar ao som de “Pick-up y sus negritos”, fazendo rodar as “bolachas” de acetato em 78 RPM, reproduzindo o som do Trio Los Panchos, Gregório Barrios, Lucho Gatica, Tommy Dorsey, Glenn Miller e outros ícones musicais.
O local dessa reunião dançante era o pequeno, mas aconchegante salão do Centro Social Brasileiro, um clube que ficava no primeiro andar de um prédio na Avenida Ipiranga, quase esquina da famosa esquina com a Avenida São João.
O número desse prédio eu não mais me lembro, mas lembro, perfeitamente, que nas lojas inferiores ficavam as agências do Expresso Brasileiro e da Viação Cometa com as linhas de ônibus que serviam o litoral Paulista englobado por Guarujá, Santos e São Vicente.
Anos depois, nesse mesmo local foi instalado o tradicionalíssimo Restaurante Fuentes, hoje exercendo atividades na Rua Seminário próximo da Praça do Correio e servindo suas Paellas a Valenciana e, lógico, o incomparável Frango a Caipira que, ainda hoje, só de lembrar fico com a boca cheia de água.
Pois bem, ali se reuniam garotos e garotas do Ozanan, entre eles a Norminha Toschi, a Daurea (casada, posteriormente com o empresário artístico Waldomiro Saad que agenciava grandes orquestras, entre elas Osmar Milani, Orlando Ferri e Zezinho da TV), a Walquiria, a minha primeira musa Nair Krivaneck e sua irmã Arilda Krivaneck, O Roberto, o Salvadir Braschiarelli, o meu futuro compadre Antonio Settanni, o Ildefonso que, apesar de ter uma perna menor que a outra e ser obrigado a usar uma bengala para se locomover, fazia questão de acompanhar a “tchurma”, mesmo não sabendo e não podendo dançar.
Eram, também, paticipantes ativos os irmãos Durval e Mario Paulo Galaccini, o Edson Gomes, o Wilson Miranda, o Francisco Campi e o Irineu.
Essas matinês terminavam, impreterivelmente, às 18 horas, porem nós, os jovens mancebos, inconsequentes, relutávamos em aceitar o final da pândega dominical e, assim, depois de nos despedirmos das meninas, resolvíamos aprontar alguma brincadeira.
A brincadeira mais comum era arrecadar fundos para as últimas cervejas do dia; Para tanto, nos dirigíamos para a Praça da República, em frente ao coreto onde, o Irineu, dono de uma belíssima voz de Tenor começava uma recita musical rodeado pelos demais elementos do grupo que, ao término de cada canzoneta napolitana, aplaudia e pedia bis.
Como o bandido cantava bem, em poucos minutos, alem dos colegas, uma pequena multidão estava rodeando nosso cantor. Então, mui descaradamente alguns de nós, usando bóias e bonés muito usadas na época, começávamos a promover a “passagem do chapéu” que rendia uns bons trocados para financiar as cervejas do final de domingo.
Na ausência do Irineu, quem assumia o papel principal era o Ildefonso que, mercê de sua deformidade, conseguia, também, arrecadar fundos suficientes para nossas ultimas cevejinhas do dia.
Tais brincadeiras, totalmente inocentes e desprovidas de qualquer maldade, não mais são praticadas na atualidade. Hoje os jovens buscam roubar e usar da violência para alimentar vícios mais degradantes com tóxicos e drogas. Que pena!