Na impossibilidade de dedicar tempo maior para meu blog,e muito pressionado por meus milhares de leitores, me vi obrigado a postar mais um texto das minhas memorias "piratininguenses", ou seja, memorias da minha existencia na SAMPA dos meus amores.
A ela pois:
MEMÓRIAS NOTURNAS
Anos 60, eu boêmio inveterado, passava as noites nas boites da Zona do Lixo e do Luxo.
Eram muitos inferninhos e eu conhecia a todos.
Outro dia passei pela Rua Marques de Itu e fui procurando visualizar todas as casas que foram meus redutos noturnos.
Busquei ver o Havana, onde eu marcava ponto todas as noites e me encontrava com outros amigos. Esta casa ficava nomeio do quarteirão compreendido pelas Ruas Rego Freitas e Amaral Gurgel.
Ao lado tinha um bar onde nos, habitues do inferninho, íamos beber e, assim evitar maiores gastos lá dentro da casa, onde as bebidas eram muito mais caras.
O porteiro da casa era o João e muitas vezes ele, eu, o Gaguinho (ritimista famoso) o Nino (baterista das noites paulistanas) e o Jair Rodrigues (antes de gravar o 1o. disco e nos levar com ele para caitituar nas casas noturnas), ficávamos até altas horas da madrugada, jogando conversa fora, esperando o relógio marcar 4 horas para levarmos a mulherada pra casa.
Em frente ao Havana tinha sido recentemente inaugurada uma casa que pretendia ser de alta linhagem, o Quitandinha. Casa muito bem decorada e, apresentando magníficos shows afro-brasileiros, onde o Gaguinho tinha participação ativa.
No princípio era muito difícil entrar e ficar lá dentro sem gastar e, lógico, nos os eternos boêmios durangos, não éramos bem quistos. Depois, fomos criando ambiente, amizades e, passamos a fazer da casa mais um de nossos pontos de boemia.
Fui tentando encontrar esses locais e nada. Onde era o Havana hoje é um estacionamento de carros, o Quitandinha foi substituído por um barzinho comum.
A única casa que se manteve firme na região foi a Churrascaria Boi na Brasa, não sei se com os mesmos donos mas, com uma filial a poucos metros de distancia da Matriz.
Mais uma vez tive que me conformar de que a noite boemia de São Paulo havia perdido seus locais tradicionais, onde diversão e malandragem não eram sinónimos de violência.
Um pouco antes de andar pela Rua Marques de Itu, eu tinha passado na esquina da Rua 7 de Abril com a Praça da Republica e tentei rever a Boate Cave onde eu, muitas vezes, sentado nas suas escadas, por falta de condições financeiras para entrar, ficava ouvindo a minha musa Maysa, cantar e encantar.
As noites naqueles tempos eram mais sedutoras.
Agora me resta recordar e render homenagens àqueles tempos.
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