MOMORIAS MECANICAS
Hoje, a leitura do jornal e as noticias sobre a “inspeção veicular” que ora se realiza, por determinação das autoridades municipais, aqui em Sampa, veio à minha memória, os carros que tive ao longo dos anos.
Lembrei-me, então, do fusca 50, meu primeiro carrinho, onde aprendi a dirigir. Era originalmente alemão e já estava no mundo há mais de 29 anos quando se tornou meu.
Lógico, ao me lembrar desse carrinho, lembrei-me também das saias justas que tive, como seu proprietário, até aprender a reconhecer todos os seus pequenos, mas significativos probleminhas mecânicos. Era o pequeno tanque reservatório de 3 litros que era acionado automaticamente quando o combustível do tanque principal se esgotava.
Como era um carro hiper econômico e propriedade de um ser vivente não muito abastado, várias vezes viu sua ultima gota de combustível ser consumida sem a reposição devida.
Daí era um tal de sair à cata de um posto de serviços e, fazendo uso de um recipiente próprio, ou não, comprar o liquido precioso que lhe daria vida novamente. Esses acontecimentos geravam vários outro0s problemas tais como: deterioração da famigerada “bombinha” que esquentava e não injetava combustível (muito pano úmido e até sorvete foi usado para resfriá-la) ou então era o entupimento do “giclê” com a borra de combustível depositada no fundo do tanque.
Ms o carro era meu e eu me sentia poderoso dirigindo-o.
Lógico, por analogia, problemas mecânicos e inspeção veicular, levaram minhas lembranças para uma família que conheci desde quando moravam na Rua Paim, os Pappaleo.
Nicola era, nos tempos de escola o que hoje poderia ser \classificado como “bad-boy”, bagunceiro, briguento, desbocado, mas sempre um amigaço. Seu gênio inquieto e principalmente seu irmão, o Domingos (Mingo para os amigos) encaminharam-no para a mecânica automotora e aos carros de corrida.
Faz muito tempo não o encontro, mas ele está sempre na minha memória.
O Mingo, porém, esteve sempre presente em meus dias. Era um mecânico de mão cheia e de “ouvido de tuberculoso” (como se dizia na época), regulava um motor utilizando, além das ferramentas, o som da máquina e, lógico, sua excelente audição, pratica hoje totalmente dispensada mercê das modernidades e dos injetores eletrônicos, controlados por computadores-mecanicos.
Usei muito os seus préstimos, principalmente quando tinha oficina na famosa Rua Almirante Marques Leão, reduto de bambas do meu saudoso Bixiga.
Ha muito não cruzo com os Pappaleo, mas os guardo num cantinho especial da minha memória.
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