16.8.09

COM O MUNDO SOBRE OS OMBROS
Nós, seres humanos, somos tremendamente esquisitos. Criticamos todos os semelhantes e todas as coisas que se posicionem ao nosso redor ou, pelo menos, se nos apareçam, mesmo que de relance, no nosso caminho.

Somos assim mesmo. Na maioria das vezes damos muita atenção a coisas que não nos dizem respeito em detrimento aos nossos próprios problemas.
Lógico, há quem proceda de forma normal e há quem proceda de forma totalmente anormal.
O querer ser solicito, se extravagante, pode redundar em males inimagináveis ao individuo, ele acaba se abstendo de zelar por si e somatiza todas as agruras daqueles que pretendia ajudar.
O pior é que todo individuo que se presta a agir dessa maneira, vai desenvolvendo uma habilidade monstruosa de querer ser útil que, invariavelmente, cada vez mais potencializa seus insucessos e, transforma suas frustrações em problemas estressantes.
Geralmente, deparamos com pessoas que agem dessa forma e não buscam minimizar suas ações de “bondade humanitária”.
Eu, na minha quase total ignorância, aprendi, mercê das minhas necessidades profissionais, a separar e isolar problemas.
No inicio da carreira como Consultor, era obrigado a ficar isolado da família (na época esposa e duas filhas) pelo período de uma semana quando o trabalho contratado estava situado até um raio de 500 km da sede e, por três semanas quando tinha que trabalhar fora com quilometragem acima.
Tinha que dedicar toda a atenção possível ao trabalho que estava executando. Então, no domingo à noite quando eu vencia o limiar da porta de minha casa para iniciar uma viagem, junto com o fechamento da porta eu fechava meus problemas familiares, minha esposa e minhas filhas. Dali para frente, por todo o tempo que eu estivesse fora, minha esposa, teria de cumprir nesse ínterim o papel de pãe (pai e mãe), resolver os problemas surgidos e, quando muito trocar uma idéia sobre eles comigo, por telefone, à noite no hotel onde eu me hospedava. Telefonema rápido, pois a comunicação era cara e corria sob minhas expensas.
Assim, às duras penas aprendi a selecionar minhas preocupações, coisa que muitos, por mais que tentem, não consigam obter êxito.
Pior, ainda, são aqueles que além de não conseguirem administrar seus problemas, se apiedam com os problemas de terceiros Ed acabam se envolvendo de tal maneira que ao final estão sofrendo mais que os portadores do referido problema. Conseguem somatizar os problemas de tal maneira que acabam até adoecendo, e os causadores dessas situações, ao final, acabam até menosprezando esses coitados apregoando aos quatro cantos que prometeram e não ajudaram.
É necessário que um ser vivente assomado com problemas seus ou mesmo de terceiros, saiba buscar as soluções com racionalidade e coerência. Não obtendo a solução esperada, deve abrir mão da tentativa e esperar que o tempo, um terceiro ou, ainda, o acaso apresente a solucionática necessária.
Como dizia bem dito minha avó: “- O que não tem remédio, remediado está!”
Na atualidade temos como obrigação primária, viver da melhor forma possível, ajudar sempre que possível e sofrer por razão própria ou de terceiros NUNCA!