O PRESENTE
Entrei no elevador e, só para me garantir que estava dentro do horário, olhei meu relógio, faltavam 5 minutos para as 21:00 horas, não iria haver qualquer problema de atraso, mesmo que o elevador viesse a encrencar, e me mantivesse preso por tempo incalculável, Suzana saberia, de uma ou outra forma, que eu estava presente e me aguardaria sem mágoas. Lembrei-me da semana passada, quando um cliente, atrazadinho, me segurou no escritório por mais de 2 horas, fazendo-me faltar ao encontro marcado com Suzana e transformando-a numa verdadeira fera de esbravejar, de me dizer poucas e boas, me evitou por cinco dias seguidos, não atendendo meus telefonemas nem respondendo aos meus insistentes recados. Só hoje, na parte da manhã, como se nada houvesse acontecido, ela me ligou, toda carinhosa, perguntando quando eu iria aparecer, já que estava doidinha de saudades. Marcamos novo encontro para a noite, por volta das 21:00 horas sem faltas ou desculpas. O telefonema me deu um novo animo, conclui até que já estava bastante amarrado nessa mulher. Essa conclusão não me desagradou nem um pouco, até me deu uma certa alegria. Lembrei-me daquele corpo esguio, moreno e curvilíneo, daquela pele aveludada e perfumada e um calafrio correu todo o meu corpo, dos pés à cabeça, ou melhor à nuca. Logo após desligar o telefone, saí do escritório e fui comprar um presente para Suzana, queria limpar minha barra definitivamente com Suzana. Agora aqui estava eu, subindo até o sétimo andar para cair nos braços dela, beija-la em profusão e ardentemente, sentir seu corpo quente e aconchegante me convidar para mais uma noite de prazer e loucuras. Não sei se foi pressentimento ou ansiedade, mas assim que abri a porta do elevador Suzana também abriu a porta do apartamento e, vendo-me, correu para me abraçar e beijar. Naquele momento, fiquei um tanto atrapalhado, não sabia se largava a porta do elevador, se abraçava Suzana com todo o ardor que corria em minhas veias ou, ainda, se continuava a segurar os dois pacotes eu que tinha levado para dar-lhe de presente, ou largava-os para segura-la com mais ímpeto. Passada a euforia do reencontro, entramos no apartamento e ela fechando a porta se jogou novamente em meus braços e me deu um beijo recheado de loucura. Seus lábios escancarados permitiram que sua língua, ousadamente, vagasse por minha boca, acariciando minha língua e levando-me às alturas. No intervalo entre um beijo e outro, lembrei-me dos presentes e lhe entreguei, cobrando antes mais um alucinante osculo (a estonteante euforia daqueles beijos me permite usar este sinônimo um tanto quanto antiquado). Beijou-me e, sem perda de tempo abriu o primeiro pacote, justamente o que continha uma caixa de deliciosos bombons com recheio de cerejas e licores variados. Adorou e me perguntou se não achava que aquele regalo poderia tirar um pouco de sua forma física, o que eu rebati com veemência, afirmando que seriam importantes para ajudá-la a recuperar as forças que certamente ela iria gastar naquela noite. Logo em seguida, ela desembrulhou o outro pacote e percebendo que era um conjunto de calcinha e sutien, rendado e na cor preta. Olhou, adorou e disse-me que era perfeito para o início daquela noite que ela pretendia tentar fazer inesquecível. Concordei e, assim, ela sumiu para dentro do quarto só retornando depois de trocar toda a sua roupa, e vestir, apenas, aquele joguinho de lingerie que eu havia lhe dado. Meu Deus, ela estava deslumbrante, apetitosamente deslumbrante. Seu corpo moreno tisnado pelos raios de sol, contrastado com aquelas minúsculas áreas de rendas negras, que criavam um certo clima de penumbra, projetava-se para mim, convidando-me a mergulhar naquela praia de prazeres e buscar no âmago de minha consciência, a ousadia suficiente para abrandar os eflúvios de loucura que emanavam daquele vulcânico organismo. Não mais me contendo, enlacei aquela cintura e com um pequeno esforço a trouxe para perto de mim. Senti suas partes inferiores se achegarem e transmitirem uma cálida nuvem de vapor que provocou ainda mais o meu desejo, naquela altura quase que impossível de ser refreado. Deitei seu corpo no sofá que já nos acolhera, em outras ocasiões, para permitir que, abraçadinhos, assistíssemos um programa de tv ou um filme interessante e, cada vez mais deslumbrado com a beleza escultural das suas linhas suaves e marcantes, comecei a beijá-lo com delicadeza, à princípio, e em total loucura a cada momento que os ponteiros do relógio, na parede à minha frente caminhavam. Meus lábios percorriam de cima abaixo, aquela pele sedosa, beijando-a, lambendo-a delirantemente. Ela, possuída de um desejo eletrizante, torcia-se toda, gemendo de desejos. Continuando a minha prazerosa sessão de beijos, não me contive, abri o fecho do sutiam e deixando livres seus fartos e firmes seios, iniciei uma série de beijos que cada vez mais os enrijecia. Seus mamilos estavam de tal forma retesados que, num relance de desatenção, pensei, poderiam ter rasgado o novo sutien, se eu não o tivesse retirado. Fartei-me de lambê-los e chupa-los, enquanto ela, cada vez mais, se contorcia. Desci, então, minhas mãos e com veemência, arranquei aquelas poucas rendas que lhe cobriam a melhor parte do ventre. A calcinha, retirada conforme pude verificar na manhã seguinte, foi ficar no local onde minha cueca, depois, cairia por cima dando seqüência àquela loucura geral. Entreabri suas coxas e, olhando com significativa volúpia, aquela maravilhosa bifurcação de lábios carnudos e avermelhados, umedecidos, latejantes, cálidos, sedutores não mais me contive, coloquei minhas mãos sob suas nádegas e com ligeira mas decidida pressão trouxe seu corpo para perto de meu rosto, fazendo com que meus lábios, ousados, em vertiginosa seqüência, beijassem aqueles lábios desnudos de qualquer subterfúgio têxtil ou rendado. Suzana, nessas alturas, sem conseguir conter-se, iniciava seu primeiro de muitos orgasmos daquela noite e, foi muito bom sentir todo aquele prazer. Aquele gozo irradiando um prazer extremo, o cheiro de sexo cada vez mais forte e inebriante, não me permitiram parar de beijar aquele túnel de amor, e eu continuei, por um bom tempo ainda. Agora, quase que totalmente extasiado mas tinindo por um prazer ainda maior, terminei de arrancar minhas roupas, sem saber para onde ou como joga-las longe de mim. Livre delas, trouxe Suzana para o chão onde até então estivera de joelhos, como se rezando naquele oráculo divino, e sem maiores preparativos, apenas com o desejo à flor da pele, iniciei a penetração que mais inebriante e fantástica até então experimentada. Suzana, sob meu peso, gemia e chegava aos gritos de um prazer incontido, em alguns momentos, temi pelo exagero daqueles bramidos de prazer, afinal das contas, estávamos em um edifício residencial, rodeados de pessoas normais ou anormais, que poderiam sentir-se ofendidos com tais lampejos de orgia sexual. O desejo e o prazer daquele momento não me deixavam com tempo suficiente para elucubrações mais alusivas ou cabíveis, voltei minha atenção, imediatamente, para a continuidade daquele ato quase sacro, mágico, inebriante. Senti o prazer chegando ao mesmo tempo em que Suzana se preparava para um novo orgasmo, não mais tentei refrear a chegada do gozo, larguei minhas amarras e libertei a ejaculação. Senti que, ejaculando, terminava de preencher de prazer, todas as partes ainda vazias daquele túnel delicioso. Suzana, sentido aquele soro quente e aderente, gritou mais forte e liberou seu orgasmo, chegando, quase, à loucura total. Devo confessar que foi magnífico ! Estonteante ! Prazeirosissimo ! Tivemos, naquela noite outros momentos de prazer, mas nunca, em nenhum momento, foram iguais ao primeiro que, por sua inusitada grandeza, ficou registrado em minha memória e hoje, tento descrever nesta crônica. Infelizmente, não consegui com todo vernáculo disponível, transmitir a totalidade da emoção daquele ato. Mas tentei, o clímax dessa narrativa fica sob responsabilidade de cauda um dos meus leitores. Só posso garantir que Caberá a cada um de vocês, buscar nos registros de memória, todos os seus experimentos sexuais para poder dar a este relato as suas cores e beleza real. Foi, por incrível que possa parecer, a melhor e maior retribuição de um pequeno e simples presente. Ah ! Quase ia me esquecendo, a caixa de bombons, que era parte do meu presente de reconciliação, foi consumida, quase que toda, nos preâmbulos daquele ato, quando sofregamente beijava aqueles lábios inferiores na posição geográfica, e superiores no prazer e nas delicias do sexo. Fica aqui a sugestão, experimentem...
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