27.1.10




BOIS DE PIRANHA




Boi de piranha na real aplicabilidade do vocabulário português é um termo que indica um golpe aplicado em aluguem para no intuito de fazer incautos sejam iludidos e caiam em alguma artimanha, da mesma forma com que os boiadeiros fazem para atravessar um rio eivado de piranhas, para enganá-las, eles sangram uma rês das mais sofridas e fracas e a lançam n’água, as piranhas famintas atacam a pobre vitima enquanto a boiada atravessa o rio, sã e salva.


O relato a seguir é exatamente uma estória sobre esse golpe.


Setembro de 2009 estou levando minha vida com a tranqüilidade permitida. Amando muito, escrevendo um pouco e trabalhando outro tanto.


Os dias seguem sem grandes novidades. Eis que, se não quando, sou informado pela Soninha que está lançado na blogsfera um concurso de textos que dará como premio a participação no 1º. Encontro Nacional de Blogueiros a ser realizado em Dezembro na cidade de São Francisco do Sul – Santa Catarina, promovido pelo Betho Sides do Blog do Betho


No momento, ao contrário da minha companheira, não me animei muito em participar. Disse a ela que seria muito difícil conseguir alguma coisa disputando o premio com escritores talentosos e mais experientes e sendo julgado por uma comissão julgadora tão respeitável.


Diga-se de passagem, a comissão estava formada com os seguintes nomes (nem sei se existem realmente):


JOSE DE ARRUDA ALMEIDA FILHO – Professor Língua Portuguesa – SP


MARIA DOS SANTOS RODRIGUES PAIVA – Professor Ciências da Informação – SP


WANDERLEY PIRES RAULINO – Professor Comunicação – SC


ADELAIDE MARTINEZ FRAGA – Prof.ª Informática – MG


ADALTO FREITAS FILHO – Professor Língua Portuguesa – MG


GLORIA MARIA PEREIRA – Jornalista – RJ


HAMILTOM GUIMARÃES – Jornalista – RJ


HUHO WEISS – Jornalista RS


CLAUDETE FREIWANG MOTTA – Professor Comunicação – RS


O evento tinha o patrocino de duas organizações de porte: AZUL LINHAS AÉREAS e BANCO DO BRASIL.


Ela não me ouviu e fez sua inscrição. Eu ainda relutante, concordei, depois de algum tempo e também fiz minha inscrição.


Sofri um bocado, pois o tema proposto, “Por que é importante para mim participar do 1º. Encontro de Blogueiros” não me inspirava.


Um dia, ou melhor, uma noite, o anti-tema veio do espaço, tomou conta do intelecto e afinal eu escrevi.


Gostei do texto, fiz alguns retoques e, na data aprazada publiquei-o.


Só faltava, então, aguardar que a “comissão julgadora” fizesse a leitura e desse seu veredicto.


Alguns dias antes da data definida para a publicação do resultado do concurso, com espanto, recebo uma mensagem do promotor do evento informando-me que por decisão unânime da “Comissão Julgadora” eu havia sido escolhido, “merecidamente”, como o vencedor do concurso e, pasmem, minha fiel companheira, a Soninha, havia sido premiada com o segundo lugar.


Pronto, “os bois de piranha” haviam sido sangrados e atirados ao rio.


Soninha ainda levantou suspeitas sobre o resultado, eu na minha infinita credulidade quase cheguei à discussão com elam taxando-a de incrédula e demais adjetivos compatíveis.


Os dias foram transcorrendo, e-mail’s foram trocados entre o promotor e os “vencedores” para informar os dados necessários à emissão dos bilhetes aéreos.


Tudo parecia seguir o curso normal. Soninha até já estava sentindo-se arrependida de levantar duvidas quando, poucos dias antes da data do evento, recebemos mensagem do promotor, o Sr. Betho Sides, informando que por motivos de inadimplência de grande parte dos participantes e recusa dos patrocinadores em aceitar o numero aquém do mínimo estabelecido, o evento teria de ser cancelado ou transferido para outra data, sendo inclusive sugerida a sara dos feriados de carnaval.


Como nada havíamos despendido financeiramente, aceitamos, agora com reservas, a alteração da data.


Outros participantes optaram por receber o valor que já haviam pago e desistiram da participação.


Aí, a bomba estourou. O pilantra alçado à categoria de promotor de eventos, não teve como arcar com os reembolsos e, acreditem, SUMIU!


Evaporou-se de vez do mundo blogueiro. Não foi suficientemente homem de assumir o fracasso da promoção e confessar não possuir fundos para fazer a devolução das verbas já recebidas tentando, inclusive uma possível composição.


Acredito, até, que nesta altura dos acontecimentos, pode estar, ainda, recebendo parcelas dos incautos que, na boa fé, aceitaram a transferência e continuaram pagando suas parcelas.


Foi pensando nessa possibilidade que resolvi publicar este texto.


Espero que os coitados que sofreram prejuízos financeiros, de posse dos comprovantes de depósito, registrem suas queixas nas Delegacias de Crimes da Internet para tentar evitar que pilantras aventureiros continuem a praticar tais crimes.


Eu e a Soninha, por não termos tido prejuízos financeiros, nada podemos fazer, Mesmo assim, estamos pensando em tentar alguma ação judicial para nos isentarmos de futuros problemas, uma vez que o “golpista” esta de posse dos dados de nossos Registros no CPF e na SSP/SP, bem como dos nossos endereços residenciais.


A condição de “bois de piranha”, infelizmente, não poderá ser limpa ou esquecida. Paciência!






4.1.10

MEMÓRIAS SESSENTISTAS
Anos 60, eu estava no auge da minha curtição de boemia. As noites eram todas muito bem aproveitadas e, os dias, mesmo quando totalmente estafado, eram de muito trabalho.
Fui educado pelo Sr. Alfredo e por Da. Terezinha que o trabalho é sagrado e não aceita negligencias.
Então, por mais que o retorno à casa, todas as noites, viesse ocorrer depois das quatro horas de matina, as sete eu tinha de estar desperto para dar continuidade à labuta do dia-a-dia.
Para melhor adaptação da minha vida agitada, busquei trabalhar com algo que me desse espaço para alguns momentos de descanso ao longo do expediente. Assim, me candidatei e fui aceito na firma AUTO ASBESTOS (Baterias Durex), cujos escritórios estavam localizados na Rua Dr. Ricardo Batista (Bixiga City) a uma quadra e meia do 307 da Rua Major Diogo, onde eu residia.
Fui admitido no setor de Credito e Cobrança para exercer as funções de “informante”. Assim, no inicio do expediente, recebia, juntamente com o Oswaldinho (outro informante) do setor, as fichas a serem preenchidas com informações comercias. Saiamos, então, para desempenhar nossas tarefas.
Lógico que, rapidamente, aprendi os macete do cargo, então, de posse das fichas, fazia um tour pela cidade, visitando empresas tais como Mesbla, Isnard, Banco do Brasil, Sanbra e outras que se prestavam a atender os coitados dos informantes comerciais.
Com elas deixava as fichas de pesquisa para serem preenchidas e devolvidas no dia seguinte e retirava as fichas deixadas no dia anterior.
Pronto, antes das onze horas da manhã minha tarefa principal estava concluída. Cônscio do dever cumprido voltava para casa onde depois de almoçar, eu me deixava cair no sofá da sala e me permitia tirar uma soneca de2 ou 3 horas e, assim, recuperava minhas forças para as atividades boemias.
Por volta das 17 horas, saia de casa e com a maior cara de pau, aparentando o maior cansaço, entrava nos escritórios para entregar o resultado do dia anterior.
Fazia algumas coisinhas por ali e as 18 horas voltava para casa, descansava a carcaça por mais umas duas horinhas, levantava, tomava banho e depois de vestido e perfumado com algumas borrifadas do velho Lancaster argentino voltava para minhas atividades noturnas nos cabarés e inferninhos da Boca do Lixo.
Quando me demiti da Auto Asbestos, fui trabalhar no setor comercial da ARMAÇOES DE AÇO PROBEL instalado no primeiro andar do Conjunto Nacional (Avenida Paulista).
Ali, já totalmente tarimbado, continuei a desempenha a mesma rotina anteriormente praticada na Auto Asbestos.
Ao lado da Probel, no mesmo Conjunto Nacional, estavam instalados os Salões de Festas do Fasano onde, nas temporadas de Bailes de Formatura eu freqüentava quase todas as noites. Por ser obrigatório o uso de trajes de rigor nesses bailes, todas as manhãs eu entrava na empresa totalmente trajado com as roupas do baile e só as ia desvestir quando da minha saída para buscar informações.
Era o funcionário mais bem trajado da empresa.
Foram temposs de muita alegria e danças.