18.8.08

Estive ausente por motivos alheios à minha vontade, agora para compensar minha ausencia vou postar um outro conto erótico que também foi editado no site do poeta Lima Coelho.
LOUCURAS NA AREIA Estávamos nos dois, silentes, por que não dizer embasbacados diante da beleza daquela noite.
A lua, sem pensar nos ditames ora vigentes de silhueta dava-nos mostras de total felicidade mostrando, para quem quisesse ver, sua total e gorda imagem alva.
Cada vez mais linda, espargia por sobre a terra seus raios cintilantes, que por sua vez, ascendiam milhares de estrelas que, acesas, davam a impressão de que de um instante para outro uma nuvem de pequenos e reluzentes pirilampos nos envolveria e nos carregaria para o infinito.
O mar, por sua vez, cantava melancólica melodia enquanto fazia com que suas pequenas marolas, em desumana delicadeza, viessem beijar as areias junto a nos e, depois desse beijo afetuoso, possuía a areia, penetrando-a suave e calmamente, num ato sexual perene.
Os coqueiros coroavam a paisagem com seus altos e esguios troncos e serviam de instrumento para que a brisa leve, ao passar por entre suas folhagens, executasse melodia nunca dantes ouvida, dando-nos a impressão que os anjos, inebriados pela emoção, desceriam do alto das nuvens, em coro divino, cantassem uma canção de amor.
Estáticos, contemplávamos toda essa maravilha.
Senti, então, uma vontade incontida de abraça-la ainda mais forte e beija-la num beijo longo para selar esse momento de inegável singeleza.
Pensei e pratiquei. Abraçando-a com másculo vigor, beijei-a, com sofreguidão.
Ela, demonstrando, também, todo envolvimento retribuía meus beijos e abraços com toda a volúpia características de amantes enlevados.
Foi uma seqüência de beijos nunca dantes por mim experimentados.
Nossos corpos, quase que fundidos, num certo momento, não mais obedeceram aos limites da razão.
Vencidas as resistências, libertaram-se os desejos, deixamo-nos cair por sobre a areia da praia e nos entregamos aos prazeres, sem pudor nem ressentimentos. Livres, leves e soltos.
Em ânsia incontida tirei suas roupas, buscando não só o prazer de vê-la desnuda, mas também desejando mostrar aquela magistral beleza e, por um momento, fazer inveja à lua que ali estava a iluminar nossa cena de amor.
Minhas roupas, igualmente arrancadas por ela, numa vertiginosa volúpia, jaziam inertes sobre as suas, sugerindo-nos um definitivo acordo de posse e prazer.
Beijei-a mais ainda, beijei todo o seu corpo da testa coroada por gotículas multicoloridas de suor, aos pés distanciados de forma a mostrar, entreaberta, suprema catedral do amor, onde incontinente fui rezar.
Ela tremia e se contorcia de prazer, molhada de desejos, volteou seu corpo e, subjugando-me, deu inicio a uma serie de beijos incríveis e deliciosos.
Foi beijando e descendo até que, sem sentir qualquer resistência, beijou de forma fantástica e sensual o alvo de suas intenções.
Foi tanta a emoção e tesão que não resisti, meu gozo foi total e tão absoluto que ela, sentindo o meu prazer, gozou também.
Ainda gemendo e dizendo palavras desconexas, ela deitou-se e se ofereceu com tal intensidade que eu, não consegui sequer tomar fôlego.
A possui de forma quase animalesca, nossos corpos, em dança coreografada pelo sexo, foram em poucos minutos, do ate o maior grau de prazer rolamos areia afora, lambuzados de prazer.
Exauridos, permanecemos prostrados e só nos apercebemos da hora quando a lua, ainda satisfeita cedeu seu lugar no firmamento a um sol radiante.
Tão radiante quanto o ato sexual por nos vivido.
Hoje, vejo a mesma lua, o mesmo mar, as mesmas estrelas, o mesmo coqueiro, e nada mais me emociona por que não a tenho ao meu lado.
Vivo das lembranças e das saudades.

12 comentários:

  1. Ah Miguel, o fim apesar de melancolico nos faz ter a certeza que momentos assim ficam marcados na pele...E no coração também...

    lembrei da música "Memória da pele" do João Bosco...

    Beijosssssss

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  2. Miguelito, meu querido! Outro conto delicioso. Este, além de erótico, recheado de sentimentos!
    Mas sabe? Por mais que doa a saudade é gostoso ter a certeza de que se foi feliz!
    Beijo querido

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  3. Miguel,

    Primeiro, claro que o mérito é seu, querido... gosto muito de tudo que leio aqui.

    Segundo, que post, heim? Intenso, marcado de sentimentos... hoje postei um nesse estilo...lavando minha alma.

    Beijo Karinhoso,

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  4. Miguelito, pôxa, num fica assim: eu volto!!!! :-D É que o meu coqueiro tá devagar com os côcos... rs. Bjo, queridooooo!!!

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  5. .



    Eu não sei o que seria de mim se a verdade fosse imperial. Tem vez que eu faço coisas das quais eu duvido, não acredito e tenho vontade de morrer por tê-las feito. Tento ficar distante dos que tomam conhecimento do que fiz e deles eu nem quero saber, pelo menos por algum tempo. Mas vem o destino ou qual nome eu teria de dar e não sei, e me aperta a mão como que eu tivesse reinventado a roda. Comentam o meu feito e falam maravilhas do meu ato. Cruz-credo! Diria o Palhaço Poeta. Como pode ter gosto para tal bobagem? E assim eu vou vivendo os dias que me restam, sem saber o que tem valor ou o que eu preciso, com urgência, lançar ao lixo para fazê-lo esterco.

    silvioafonso.






    .

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  6. Uaaauuu! Miguelitoooooo que texto provocante, heim!?! E vc nem ficou tanto tempo ausente... ai ai, imagina se ficar, tipo assim, uns tres meses... rsrs

    Beijão, querido!

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  7. Miguel. Gosto de ler suas descrições de paisagens, compondo o quadro onde vai se desenrolar o encontro amoroso. Quando os amantes se envolvem, nas carícias e sensações, parecem ter a bênção da beleza natural que os rodeia. Fica tudo "encaixado"!!
    Muito lindo seu texto!!!!
    E não há que se lamentar de lembranças tão vívidas e "vividas".Triste é quem não as tem...
    Beijos, amigo.
    Dora

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  8. Saudade de tu Miguelito, passa lá no Jardim, tem dever de casa pra vc, não aceito recusa... Bjos,

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  9. Meu blogueiro preferido,
    sua sensibilidade chega a me doer, me deixa tonta, flutuando em sonhos,enfeitados de paixão e desejo. Que tal,nos juntarmos, eu com minhas poesias e você com seus contos envolventes! Que pretensão a minha, hein? Mas sou assim,não respeito os mestres,...rsrsrs Beijos entorpecidos

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  10. Amigo Miguel (amiguel),

    se for preciso ficar uns dias ausente para criar mais contos como este, por favor: fique!!!

    Muito bom! E ainda bem que ficou na lembrança, para aquecer o coração na hora da saudade...

    Grande abraço, amigo.

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  11. Oie...
    Engraçado que eu passava, justamente, por perto deste lugar enluarado e melodiosamente silencioso, se me permite a síncrise, crendo fosse um sonho.
    Vi este moço, solitário e saudoso e joguei-lhe um sorriso...
    Tomara meu feitiço o atinja e eu passe a ser a protagonista de ummnovo conto, sensual e romântico, para ser lido e relido por milhares de corações, tão sedentos de paixão e de amor quanto o meu.

    Muita paz!

    Sonia

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vamos prosear ou poetar?