4.9.08

MEU PRIMEIRO CONTACTO COM A INFORMÁTICA Neste mundo de hoje quem não souber um pouco que seja de informática está no mato sem cachorro. Como poderíamos escrever para um site maravilhoso como este, contar nossos “causos”, lermos uns aos outros, sem conhecer informatiquês? O homem de hoje está bem mais dependente das máquinas e das tecnologias modernas. Eu, hoje, até que me viro bem na informática, mas o começo foi triste. Se não vejamos: Por volta de 1970, eu em total pindaíba, desempregado, ganhando míseros cachês com a participação em espetáculo infantil no Teatro Bela Vista, tinha que fazer das tripas coração para por comida em casa onde, além da minha boca, existiam as bocas de minha esposa e de minha filha Renata. Eis que, senão, quando, atendendo a um recrutamento feito por anuncio classificado eu participo de uma entrevista numa construtora estabelecida na Rua Augusta, ao lado da Galeria Ouro Fino, que ficava no quarteirão compreendido pelas Ruas Matias Aires e Antonio Carlos, a Construtora Reitzfeld Ltda., na entrevista com o titular da empresa, Dr. Leon Reitzfeld, sou informado que a firma está com duas obras em andamento, dois prédios residenciais nos Jardins, financiados pelo antigo BNH e, com a contabilidade atrasada, estava encontrando dificuldades para liberar o dinheiro junto aos financiadores para tocar a obra. Ciente e, além de tudo, necessitado, fiz minha autopromoção, garantindo que faria todos os esforços possíveis e imagináveis para colocar os assentamentos em dia e atender as exigências do BNH, usando, inclusive, a vasta experiência (nem tanta na verdade) que tinha sobre a matéria. O Dr. Leon não teve mais duvidas me contratou dizendo que esperava muito da minha atuação. Era uma empresa de pequeno porte administrativo, no escritório além dele e do filho, naquela altura estagiário de engenharia, trabalhavam apenas uma secretária e um auxiliar tipo faz tudo. Com minha admissão o atendimento de todos os fornecedores, fiscais e clientes, passavam a ser de minha responsabilidade além do trabalho manual de análise, classificação e contabilização dos atos e fatos administrativo-financeiros da organização que estavam devidamente “arquivados” em várias caixas de papelão, sem obedecerem qualquer critério de data, origem e aplicação. O único critério desse “arquivamento” era o de “onde caiu tá guardado”. Como afirmei no principio, necessitado, nem pensei em promover criticas, coloquei a mão na massa e iniciei meu trabalho. Num belo dia, a secretária me avisa que um representante da firma xxsxsxxss (?) que ela não sabia ao certo o que era e que já havia me procurado sem ser atendido por diversas vezes, estava no hall e pedia para que eu o recebesse. Pedi que ela aguardasse uns minutinhos para que eu desse uma ordem em minha mesa e o encaminhasse até minha sala. O que ela fez prontamente. Há dias, que um homem, por mais que trabalhe, não deveria sair de casa. Esse dia era do coitado que me solicitava audiência. O desinfeliz era vendedor, estava tentando vender microcomputadores (novidade para a época), e, coitado, assim que foi admitido na minha sala, disse em alto e bom som: - O senhor já pensou em substituir o seu contador por um equipamento que só precisa ser ligado para fazer todo o trabalho contábil? Essas palavras caíram como oleo fervente na minha cabeça. Em fração de segundos um filme sobre todas as minhas necessidades financeiras e familiares passou diante dos meus olhos e, mostrando certo nervosismo, com a voz alterada para cima, só tive condições de dizer ao sacripantas: - Não pensei, não penso e nem vou pensar. E sabe o que mais? Ponha-se daqui para fora neste exato minuto que não tenho tempo a perder com pessoas da sua estirpe. Fui falando e empurrando o coitado para fora da minha sala e da empresa. Só voltei para a sala depois da certeza que ele ganhara a Rua e desaparecera do meu raio de visão. Depois, então, sentei, enxuguei o suor que brotara em minha testa, aguardei o tremor de minhas mãos ceder e voltei a trabalhar. Esta foi minha primeira e malfadada experiência na área da informática. O vendedor, bem, acho que até hoje ele se pergunta o que fez de errado.

18 comentários:

  1. Oi Miguel,
    estou um tanto sumida mas, aos poucos vou organizando a casa. Sem pressa, sem estresse, reconhecendo o caminho. E, por falar em reconhecer o caminho, que situação engraçada essa que você conta. O novo, ah! o novo sempre a nos pegar, de um jeito ou de outro.
    Um abraço

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  2. Meu blogueiro e parceiro preferido!

    Ninguém conta essas hitórias como você! Ninguém me faz alegre e extasiada, como você! Leio sempre umas 3 vezes e ainda no decorrer da semana, volto pra ler. Você é genial, perfeito, especial, mestre! Os anjos deveriam tocar suas trombetas quando você passar e estender o tapete vermelho. Se naõ fizerem, eu farei! Te adoro, te amo parceiro. Beijos flutuandes de alegria e leveza

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  3. Oi, meu blogueiro,
    voltei pra te dizer, que a tua poesia "Lição de amar" copiei ela com letras bonitinhas, como na adolescencia e coloquei ela numa moldura e está, do meu lado no meu quarto. Adoro ela! Beijos cheios de carinho

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  4. Miguelito!!! tou rindo aqui desta sua recepção ao pobre! rs...
    Tá certo que ele nao foi nada politico, mas coitado...rs... vendedor já é recebido como praga; imagina um vendedor de uma máquina estranha que promete substituir gente? Deve er comido o pãoq ue o diabo amassou!!! rs...
    Ainda bem que o primeiro contato com a maravilha não te trouxe traumas. Senão, como eu poderia encontrar meu amgio querido?
    Beijo de fim de semana lindão,viu?

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  5. Oi Miguel. No início também tinha medo de computador. A possibilidade de ser substituído por uma máquina me causava arrepios. Brrr... (Infelizmente foi o que aconteceu com milhares de bancários, meus ex-companheiros).
    Gostei da história, principalmente da tua reação: vade retro, Satanás.
    ***
    Um abraço e bom findi.

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  6. Ô, meu aMiguel do peito! Dizem que o coitado anda vagando por entre os icebergs sem ainda ter conseguido vender nenhuma geladeira pros pinguins do Ártico. E eu rindo aquí dos medos que nos invadem diante das novidades. E de como esses medos acabam se tornando motivo de riso quando as tais novidades deixam de sê-lo. Grande abraço, meu amigo.

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  7. Miguel querido,
    fique tranquilo:
    1) Você está aqui, nós estamos nos divertindo e agora, aprendendo "poesia"...;
    2) O tal "monstrinho" foi contratado pelo Bill e tá super bem, vendendo água e entregando gelo...
    Beijãozinho e uma semana com muito sol e "água geladinha"...cuidado...(rs)

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  8. Eu já nem lembro como foi a minha primeira vez com essa gerigonça, só sei que através dessa mesma geringonça (que muitas vezes dá vontade de jogar longe) conheci pessoas maravilhosas, pessoas especiais, pessoas que passaram de virtuais a reais, e que aprendi admirá-las a cada dia... uma dessas pessoas: VOCÊ!
    Meu beijo pra vc, querido!
    p.s.: saudades do nosso bate papo, mas to de cama, (com o lap da filhota) depois te explico. Bjo!

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  9. Miguel, meu querido amigo!

    Estive ocupada recepcionando amigos em casa e não tive tempo de vir por aqui nos últimos dias.

    Acho que todo mundo tem um certo receio de informática no principio, depois que se apaixona, vira vício, né?

    Como posso eu, uma leiga, dar aulas a um mestre como vc? Definitivamente, não dá!

    Beijo Karinhoso e uma ótima semana!

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  10. Oi, Miguel!

    Quem diria, não é? Hoje já não vivemos sem o computador - esta máquina fabulosa. Sem ela nos sentimos perdidos, sozinhos- fora do mundo. Com ela encontrei você, aqui de longe. Já não há distâncias...

    Abraço

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  11. Olá Miguel...
    Não fosse este espírito aventureiro e curioso do homem, não teríamos descido da árvore e nem saído das cavernas.
    Mesmo que, aos sairmos dela (caverna) nos deparamos com um raio super luminoso, caindo do céu e nos fazendo pensar que eram deuses bravios a nos punir por nossos erros ou por nossa ignorância.
    Informática....um raio cada vez mais poderoso, nos fazendo temer, sem nos tirar a mesma curiosidade que nos fez vir até aqui, a modernidade...
    Mas, tem experiências que ficam, literalmente, marcadas em nossa lembrança.
    Adorei ler tudo isto.
    Obrigada por escrever estas coisas.
    OTIUMOTSOGET
    Muita paz!!!

    Beijossssssss

    Sonia

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  12. Minha brimo, antes de mais nada venho pede bra você desculpas pela demora de chegar aqui e blá, blá,blá... mais é nesta istória contada que eu fica contente por saber que deu uma corrida na sem bregonha que quase tira emprego da brimo que agiu com a rapidez do vento do deserto e bota pro fim do mundo ele. Eu que sou nevroso tinha dado uma rasteira, uns três sopapos e soltado os cachorro bra cima dele. Melhó que fez como contou e não teve caso com a bolícia e ficou com o embrego, agora o cara ai de baixo que broxou com a perfume barata da mulhé, eu pede pá brimo manda endereço dela que tenho ótimos perfumes para vender que vai fazê qualquer um nunca mais vomitá depois dos orgamos múltiplos dela, mesmo sendo o que ela é, segundo o que brimo escreve. Ela vai gradecer. Eu vende barato e dá comissão bra brimo. Um abrazo. As-salam’alaik

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  13. Meu pai, deu dó do pobrezinho do vendedor, mas deu pena maior ainda do contador aterrorizado kkkkkkkkkkkkkkkkkk Gente, Miguelito, que experiência traumatizante, hein? Fosse eu nunca mais que botava os olhos em algo que sequer lembrasse um computador... rs. Delícia de história (que, espero, terá uma devida continuação, né?) Bjo, bjo e mais outro bjo!

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  14. Miguelito, to rindo muito do comentário do Dácio, lembrando de um passado recente, qdo ríamos muito das ossas "invencionices"...
    Tempo bom, não volta maisssss, saudadessss... rsrs
    Essse brimo não muda nunca, olha a criatura querendo ganhar dinheiro com perfume barato... putzz! rsrsrs
    Beijoss nas duas pessoas maravilhosas que eu adoro de paixão, vc e o Dácio!

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  15. Recebi seu recadinho, fui lá e deixei comentário, rsrsrs...
    Amo vcs! bjocas

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  16. Miguel

    SAUDADES!!! Tudo bem por aí, queridão?

    Beijos meus!

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  17. Miguelito! Eu sumi! Mas, você sumiu também???
    Venha cá!
    Eu cheguei.
    E li seu texto, morrendo de rir. A gente tem um "medão" das novidades que nos ameaçam...né?
    Pois é. Agora você é amigo desse seu pc, que traz você até nós e nos leva até você!
    Pensou ficar sem essa máquina maravilhosa?
    E você brigando com o vendedor!!! rs
    Amei sua experiência!
    Beijão!
    Dora

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  18. MIguel,

    Definitivamente não gosto de ficar sem quem eu aprendi a gostar...

    Volta logo, meu queridão!

    Beijo Karinhoso da Ká!

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vamos prosear ou poetar?