21.4.09

A CLÁSSICA DESCULPA Ela estava impaciente naquela tarde. O calor que sentia não era por causa do clima, o dia estava até um tanto quanto frio. Era um calor que lhe ardia as partes baixas e ia subindo, subindo e buscava o âmago de suas entranhas. Ela já havia se banhado, tentando assim abrandar um pouco aquela sensação. A água fria caindo sobre seu corpo não tivera o poder de aplacar aquela calorenta aflição. Desistira, então, do banho, se enxugara numa toalha felpuda, colocara uma roupinha levezinha, evitara colocar as roupas intimas, sutiãs e calcinhas haviam ficado na gaveta. Olhou para a folhinha pendurada na parede do quarto e viu que era quarta-feira. Lembrou que era dia em que o Paulo, seu marido, voltava mais cedo para casa. Lembrou-se do marido e imediatamente sentiu um arrepio lhe subir pelas pernas junto com a onde de calor. Estranhou o ocorrido. Lembrou-se que a ultima transa com Paulo havia acontecido no domingo, então não poderia estar sentindo tanta necessidade de sexo, mas estava. Consultou o relógio na parede da sala, 18:00 horas, logo mais, por volta das 20:00 horas Paulo estaria chegando. Puxa, ele bem que poderia dispensar o tradicional “happy hour” com os amigos para esperar o transito abrandar e vir mais cedo para casa. Ela estava precisando muito da sua presença. Os ponteiros do relógio se arrastavam e pareciam querer levar mais de 2 horas para marcar as 20:00. Pronto, ela ouviu o ranger do portão que se abria, ufa, que bom não ter pedido ao jardineiro para colocar um pouco de óleo nas dobradiças do portão, Paulo estava chegando. Novo arrepio, nova onda de calor e suas partes umedeceram de imediato. Paulo entrou na sala, colocou a pasta 007 sobre a mesinha da saleta, dirigiu-se até ela, beijou-lhe os lábios e, como fazia todas as noites, perguntou: - Tudo bem? Como foi seu dia? Estou morrendo de fome, o que temos para jantar? As respostas saíram resmungadas. Paulo também não percebeu nada de anormal. Lavou as mãos e sentou-se à mesa. Ela, já com segundas, ou quiçá, terceiras intenções, serviu rápido o jantar. Jantaram, Paulo elogiou a comida, tomou um café, levantou-se e foi para a sala. Sentou-se no sofá, alcançou o controle remoto e ligou a TV. Ela não pensou duas vezes, colocou a louça suja dentro da pia, correu para o quarto, tomou outro banho, se enxugou, aplicou a colônia que ele gostava, vestiu o penhoar preto e transparente sobre a pele nua, retirou o edredom da cama, borrifou sobre ela um pouco da mesma colônia, acendeu os abajures.Lançou mais uma vista d’olhos pela alcova e, aprovando do ambiente, desligou a luz grande e foi, pé entre pé para a sala. Lá chegando percebeu que Paulo continuava sentado e com os olhos cravados na TV. Perguntou, com voz rouca e sensual, se ele queria beber alguma coisa. Recebeu dele um não totalmente desmotivado. Não se deu por vencida, abriu ainda mais o penhoar e passou a desfilar pelo campo de visão de Paulo, interpondo-se entre ele e o parelho de TV, depois de umas idas e vindas totalmente insinuantes, olhou para Paulo e percebeu que ele tinha os olhos focados na sua imagem. Foi, então, se aproximando dele e, num salto felino, agarrou-se ao seu pescoço e tascou-lhe um beijo apaixonado e molhado na boca. Paulo retribui com sofreguidão ao beijo e, num gesto automático, depois de abraçá-la, deslizou suas mãos pelas costas indo alisar com decisão suas nadegas então já bastante salientes. Quando tudo parecia se encaminhar para uma sessão de sexo explicito ali mesmo no sofá, eis que Paulo apartando-a para o lado, disse com voz carinhosa, mas decidida; - Amorzinho, faz um favor para o teu maridinho, vai lá pro quarto, deita e me espera na cama. O jogo do meu time está começando e assim que terminar, juro vou deitar-me e teremos uma longa noite de amor. Chocada, decepcionada, ela conseguiu dizer apenas uma frase: - Não amor, não se incomode, eu vou deitar sim, mas não vou te esperar, estou arrebentando de dor de cabeça! Levantou-se e em passos lentos foi deitar.