24.11.09

OUTRAS MEMÓRIAS MUSICAIS

Como já apregoei por diversas vezes, sou um amante inveterado da boa musica, nacional ou internacional, sendo de boa qualidade, não ofendendo meus tímpanos a musica é digna de registro em minha memória.
Quando criança, mercê da sorte de ter como tio de minha mãe e, lógico, meu tio-avô, o Sr. Miguel Sito que foi, durante muitos anos, empresário oficial do Teatro Municipal de São Paulo, compondo, inclusive a Cia. Sito & Billoro que trouxe para o Brasil, principalmente para São Paulo, grandes nomes da opera mundial.
Assim sendo, gozando das benesses de ser sobrinho desse homem, eu vivi grande parte de minha infância nas entranhas do Teatro Municipal. Assisti a grandes operas das coxias daquele palco sagrado e, consequentemente, tive meus ouvidos “viciados” à boa musica.
Depois, mesmo continuando a freqüentar o Teatro Municipal, fui alargando os conhecimentos musicais. A musica popular me requisitou a atenção e adotei meus grandes ídolos. Entre eles estavam; Vicente Celestino, Francisco Alves, Orlando Silva, Sylvio Caldas, Dalva de Oliveira, Herivelto Martins, Nelson Gonçalves, Isaurinha Garcia, Nora Ney, Agostinho dos Santos, Francisco Egydio para citar apenas alguns.
Minha mãe, Da. Tereza, também teve uma excelente educação musical que aliada a uma voz clara e suave, fazia dela uma excelente cantora. Não foi uma cantante profissional, mas cantou muito para este filho querido.
Foram muitas tardes de cantoria onde as musicas eram as “canzonetas napolitanas” e os tangos de Gardel.
E assim fui crescendo. Já quase adulto, residindo ainda na Rua Augusta e trabalhando primeiro na Rua Libero Badaró (Brasil Editora), depois na Rua Senador Feijó (Condemar - Comissária de Despachos Marítimos) e, finalmente, na Praça Antonio Prado (Cial. E Imp. Restinga), o trajeto de retorno a casa era feito no “pé dois”, como se dizia na época.
Eu me preparava para tais retornos diários, quando não era dia de jogo do meu alviverde querido para eu ouvir a irradiação de Pedro Luiz ou Edson Leite no meu radinho Spícca (novidade da época), eu fazia o trajeto equipado com um exemplar da revista “Vamos Cantar” ou da revista “Modinha Popular” para ir cantando e decorando as letras que ali eram impressas. Garanto que esse expediente foi de muita valia, ainda hoje, tenho gravadas na memória, na integra, letras de musica dos anos 50/60.
A paixão musical me acompanha ainda hoje. Tenho uma excelente coleção de LPs em perfeitas condições e, também, quase 400 CDs que ouço com alegria de quando em vez.
Sinto apenas, que nos dias atuais, não se dá ao musico o valor merecido. A musica ao vivo e bastante desprestigiada. O musico precisa fazer outros trabalhos profissionais para poder viver e sustentar a família.
É uma pena.