1.5.11

MEMORIAS DE BOTEQUIM IV


Dia 6 de Maio 2009, além de ser a data de aniversário de minha filha Rossana (a caçula das meninas), foi um dia muito especial para mim.


Depois de uma jornada de trabalho normal, mesmo sentindo dores enormes nas pernas, me encontrei com a Soninha e fomos à inauguração da exposição das obras do artista Aécio Sarti que foi toda planejada e organizada por meu grande amigo Jose Carlos Barreiro (o Zeca), e que estava sendo realizada em SP no Espaço Cultural do Banco Central, localizado na mais Paulista das avenidas.


Com relação à qualidade das obras nada posso acrescentar além dos comentários da critica especializada e das considerações feitas por Soninha em seu blog Roda de Prosa cujo endereço é: (http://www.rodadeprosa.blogspot.co/,), mas posso dizer que a noite se prenunciava excelente, e foi.


A exposição foi com “boca livre”, champanhe gelado de alta qualidade e canapés variados.


As pernas me incomodavam e a certa altura, roguei que fossemos embora por não mais agüentar o mal estar “pernóstico (???)”.


Saímos da exposição, entramos no carro e seguimos pela Paulista até a Praça Oswaldo Cruz no bairro do Paraíso.


Entramos no Shopping Paulista onde há muitos anos atrás estava instalada a Loja Sears Roebuck, estacionamos o carro, ganhamos novamente a rua e nos dirigimos a uma das mais tradicionais lancheterias de São Paulo, a “PONTO CHIC”.


Eu havia prometido essa visita à Soninha que não conhecia até pouco tempo essa casa de delicias, e iniciá-la na degustação de um dos seus mais famosos sanduíches, o velho e saboroso “ROCOCÓ”.


Necessário se fazer um parênteses nesta altura do texto para explicar como é composto esse lanche tradicional: em um pão Frances ( cacetinho no sul) com seu miolo excluído e aqui em Sampa denominado “canoa”, são colocadas várias fatias de rosbife caseiro, uma quantidade generosa de queijo gorgonzola em pedaços quase transformados em patê, uma outra camada generosa de “alicci al oglio” e alguns pedaços de pepino em conserva, então o lanche está pronto para ser apreciado pelos mais exigentes paladares.



Outro parênteses vou abrir para dizer que este “sanduba” me foi apresentado por um tio, o João, na década de 50, depois de uma sessão de filmes de “far-west” no cine Art-Palácio. Era uma das especiarias do famoso Bar e Restaurante Municipal, instalado na Rua Barão de Itapetininga, quase esquina da Rua Conselheiro Crispiniano, na altura onde hoje está localizada a Rua Nova Barão.


Anos depois, com o Bar já desativado, eu, saudoso, tive noticias que a especialidade havia sido adotada e estava sendo servida no “Ponto Chic”, então no seu único endereço no Largo do Paissandu.


Fui, experimentei, aprovei novamente e continuei a saboreá-la através dos anos.


Bem, retornemos à noite do dia 6 de maio.


Sentamo-nos à mesa, pedimos 2 sandubas Rococó e uma Antarctica estupidamente gelada, e aguardamos o momento de devorar o acepipe.


Servidos, a Sonia constatou que pela quantidade exagerada de ingredientes, não nos seria possível comer o objeto de nossa fome através de simples mordidas, solicitamos, os talheres que foram de pronto oferecidos e, então, nada mais foi dito, apenas e tão somente os peculiares “hummmmmm!”, “que delicia” etc etc e tal.


Para mim, essa noite teve um gostinho especial, um “gostinho de antigamente”.


Foi ótimo!